Você já deve ter ouvido falar do Open Finance e que ele vai ampliar o acesso a produtos financeiros para mais pessoas. Mas sua implementação em todo o Brasil leva tempo, já que dezenas de bancos fazem parte do sistema. Assim, as fases do Open Finance estão sendo implementadas aos poucos, mas ele já está quase pronto em sua totalidade.
Em linhas gerais, o Open Finance é um ecossistema que compartilha dados bancários dos clientes entre instituições financeiras. O processo é seguro e respeita uma série de leis e protocolos para evitar acessos indevidos de terceiros. Continue lendo para saber mais detalhes sobre o que ele é e como ele funciona.
Para falar sobre as fases do Open Finance, é importante conhecer um pouco da sua história. A resolução do Banco Central do Brasil (principal autoridade monetária do país) publicou a Resolução Normativa nº1, que trouxe as normas em 2020, mas estabelecia disposições mais gerais, como as diretrizes e regras de funcionamento.
Nessa época, ele tinha outro nome e era conhecido como Open Banking (banco aberto, em tradução livre). A ideia permanecia a mesma: tornar os dados bancários disponíveis entre os bancos para oferecer produtos financeiros vindos de várias instituições.
Um processo assim é bastante complexo por vários motivos. O compartilhamento de dados entre bancos leva em consideração não apenas os dados pessoais, mas a movimentação financeira, as formas de atendimento ao cliente e os produtos bancários oferecidos pelas instituições. Por isso, a implementação é feita em etapas.
O compartilhamento de dados entre bancos seria algo impensável há alguns anos e poderia ser visto até com uma certa desconfiança. Assim, qual é o objetivo do Open Finance? Um dos principais é permitir que clientes possam contratar serviços financeiros com o melhor custo-benefício.
Um exemplo é poder pesquisar propostas de empréstimo em várias instituições financeiras em apenas um aplicativo bancário. Com ele, o cliente tem acesso a condições de pagamento, juros que serão cobrados no final e demais taxas. Por isso, o compartilhamento de todas as informações bancárias é de extrema importância.
Como falamos, as fases do Open Finance foram estabelecidas para que os bancos possam se preparar de forma adequada para fazer parte do sistema. Dessa forma, tanto instituições financeiras quanto clientes podem dividir essas informações de forma segura e confidencial. Veja a seguir como essa implantação é realizada.
No começo das fases do Open Finance, os bancos disponibilizaram para o BC suas formas de atendimento ao cliente, produtos e serviços (incluindo taxas e tarifas), tudo de maneira padronizada. Com isso, as instituições que fazem parte do projeto podem acessar os dados e deixá-los visíveis.
Essa é a fase atual do Open Finance: os clientes compartilham seus dados bancários entre instituições. Tudo é feito por meio de consentimento e autorização (o banco não pode obrigar ninguém a participar), e você pode cancelar o Open Finance a qualquer momento.
Na fase 3 do Open Finance, será possível acessar, no aplicativo do banco, serviços financeiros de outras instituições. Entre eles, produtos como empréstimos e pagamentos estarão disponíveis, sem precisar sair de onde está e entrar em outros apps.
A fase 4 do Open Finance vai ampliar a lista de produtos financeiros compartilhados. Alguns dos serviços previstos incluem compra de moeda estrangeira, investimentos (renda fixa ou variável), contratação de apólices de seguros e até previdência privada.
Uma dúvida comum é saber se o Open Finance é seguro. Para participar do sistema, uma das leis que os bancos devem seguir é a do Sigilo Bancário (Lei Complementar n.º 105/2001), que proíbe o compartilhamento de dados sem o consentimento do cliente.
Outra norma é a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), de 2018, que garante a proteção de dados pessoais. Essa lei é seguida pelas instituições que lidam com informações de clientes, como convênios médicos e cadastros em e-commerce.
Além disso, protocolos de desenvolvimento de softwares devem ser seguidos para evitar acesso indevido de dados. Um deles são as APIs (application programming interfaces, ou interfaces de programação de aplicações), que permitem o compartilhamento sigiloso de informações dos clientes.
Você já deve ter interagido com uma API bancária: são elas que integram os serviços e plataformas financeiras em um único ambiente. Desenvolvidas para um propósito específico, como pagar contas, elas acessam apenas os dados necessários para realizar aquela operação.
Assim, as APIs no Open Finance permitem que os bancos compartilhem informações entre si para que os clientes acessem tais dados em um único aplicativo. Tudo isso é feito com protocolos de segurança, de modo que as informações possam ser divididas entre as instituições em um ambiente de sigilo.
Vale a pena compartilhar dados entre bancos? Pela quantidade de consentimentos registrados até hoje, sim. Há cerca de 43 milhões de autorizações ativas, segundo o projeto do Open Finance, que disponibiliza os dados de forma aberta. Isso mostra que o brasileiro está aderindo ao programa.
A conexão entre os apps bancários tende a aumentar, assim como a participação de mais instituições na plataforma do Open Finance. Há uma expectativa de haver um app que poderá integrar vários bancos, apresentando diferentes produtos financeiros em uma única aplicação.
Entender as fases do Open Finance é importante para compreender o alcance da plataforma na vida dos clientes, que vai além da simples oferta de produtos financeiros. A Crystal usa esse sistema para desenvolver um iniciador de pagamentos para facilitar a compra em e-commerces.
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